sexta-feira, julho 15, 2005

Sanidade Mental (Meio punk, né?)

Tá, é um texto longo, mas é que é um assunto complexo demais!
ENVENENAMENTO MENTAL
É impressionante o estrago que o envenenamento mental é capaz de fazer num relacionamento interpessoal. Eu mesma, já penei muito com isso nas mãos de garotas que se achavam mais conhecedoras do espírito e comportamento humanos que as demais pessoas. Vira e meche eu me deparo com essa praga que é o envenenamento mental (é praga sim, pois é contagioso!!!!)
Tudo é muito complexo, embora a vida num ponto de vista global seja simples. E as pessoas então?? Cada pessoa é um universo. Jamais conhecemos alguém 100%. Não conhecemos nem a nós mesmos 100% pois sempre há um lado desconhecido em nós mesmos que ainda não se apresentou por uma situação que ainda não aconteceu.
Para crianças pequenas se alguém fala algo para a elas, acreditam. Simplesmente porque não há motivos para não acreditar. Não tentam ler mentes, ler gestos ou procuram segundas intenções no que vêem e ouvem. As crianças não tentam fazer isso porque para elas ou é ou não é. Se abraça é porque gosta. Se chora é porque dói. Se grita é porque está bravo.
E para um adulto? Puts... Aí a coisa muda... de acordo com que crescemos vamos nos dando conta de que existe o egoísmo excessivo, a inveja, a disputa e outros fatores "macabros" e no intuito de nos protegermos acabamos por procurar sinais nos outros de tudo que possa nos ferir, nos prejudicar...
Só que esquecemos que cada um é cada um e como eu escreví anteriormente, cada pessoa é um universo e tem uma maneira diferente de encarar as coisas, por mais parecidas que sejam... sempre tem uma pequena diferença. Até mesmo porque cada um carrega consigo toda a sua história e todas as neuroses adquiridas (as vezes cicatrizadas) ao longo da vida.
Um exemplo é o de uma pessoa que ultimamente anda sendo rotulada (argh!) como incoveniente. Ela entra numa sala, na qual existem algumas pessoas, ela se aproxima delas e uma das pessoas tem uma postura de quem se aborreceu e resolve sair de perto na mesma hora que ela chega. Ela automaticamente pensa... "Sabia... o problema é comigo... eu ando sendo incoveniente ultimamente, mesmo tentando não ser... que droga...." (tá eu sei que é um exemplo ridículo... mas não consegui pensar em outro...) Na verdade a outra pessoa só se afastou por um outro motivo qualquer que a incomodou. E assim o ser que está se "auto-envenenando" vai cada vez mais se achando incoveniente, cada vez mais vai procurar por sinais nos outros de que estão o achando incoveniente e cada vez mais ele vai achar pistas de que o acham incoveniente (pistas absurdas...) e assim vai se envenenando mentalmente... (bahhhh, soou tragico, mas é mais ou menos isso... bom... no mínimo vai ficar louco, mas um tipo de loucura bem longe na genialidade!).
Outro exemplo: Uma pessoa sensitiva que não tem essa sensibilidade amadurecida pode facilmente confundir imaginação com intuição/sensibilidade e isso pode causar problemas terríveis para uma outra pessoa que esteja sossegada e sendo analisada (sem querer) pela pessoa "sensitiva" em questão.
Palavras... As palavras podem envenenar. Mas não se formos ingênuos (não entendermos o recado)ou se ignorarmos (por acharmos absurdas devido ao auto-conhecimento ou domínio sobre o assunto).
Exemplo (eu funciono melhor com exemplos...)Se alguém manda a gente fazer alguma coisa, a primeira atitude da nossa mente é perguntar "por quê eu faria isso?". Não percebemos que isso acontece e é natural o questionamento, afinal a tendência é que façamos o que quisermos, e não o que mandam a gente fazer. Portanto a rejeição à ordem é provável, a não ser que vejamos recompensa nisso.Tendo isso em mente, se alguém numa conversa joga uma informação que afronte um ouvinte e não dá muita importância para a idéia mudando imediatamente o assunto, provavelmente o ouvinte vai pensar sobre a idéia mais tarde. Vai pensar, desenvolver o raciocínio e provavelmente acabará aceitando a idéia como sua e sendo a idéia sua, ele pode aceitar sem problemas, afinal, é um mérito dele ter chegado àquela conclusão. Lógico que o processo não é tão simples e tão rápido e também nem sempre vai aceitar a idéia, mas vai ficar com aquela "sementinha" poluindo a cabeça da vítima. É um processo parecido com o envenenamento através de gestos (o exemplo do "incoveniente").
Estas conclusões que estão aqui eu cheguei através de um livro chamado "Envenenamento Mental". É um livro fino mas denso!! Comprei-o quando cheguei de Nova Iorque (onde eu viví zilhões de tentativas de envenenamento) e fiz bem pois pude comprovar que o que eu viví era algo comum e tinha nome... eram constantes tentativas de envenenamento mental (na maioria das vezes tentativas pois como eu era muuuuito ingênua não via maldade na maioria).
Enfim... o Envenenamento mental existe. Admitir que não sabemos tudo sobre as outras pessoas e situações e ter em mente que os nossos gestos e palavras podem atingir os outros de uma maneira horrível é essencial para nos protegermos e evitarmos de prejudicar os outros.
Para mim a chave é comunicação.
Converse (me explique melhor seu ponto de vista).
Pergunte (você queria dizer isso mesmo?).
E diga não às indiretas e ao envenenamento mental.